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Marco Antônio Eid


Jornalista, escritor e executivo da área de comunicação, é Diretor de Conteúdo da RV&A (Ricardo Viveiros & Associados - Oficina de Comunicação).

A bola redonda da comunicação

              Publicado em 30/06/2014

Desculpem-me, Copérnico, Galileu Galilei, Newton e os astrofísicos contemporâneos, mas a Copa do Mundo do Brasil, assim como outros grandes eventos esportivos, não deixa dúvidas: o centro do Sistema Solar, definitivamente, é uma bola, e não aquela estrela de quinta grandeza que nos ilumina a cada manhã. Mais do que isso, é o centro do universo; o universo lúdico da maioria dos 7 bilhões de terráqueos.

À inquisição da ciência, números irrefutáveis descaracterizam a heresia. Os céticos podem constatar tal afirmação nas cifras superlativas dos patrocínios futebolísticos, nas grades de publicidade da mídia e no trabalho intenso das agências de PR e departamentos de comunicação das empresas de todos os setores. E não é para menos! Afinal, quase 4 bilhões de pessoas assistem às copas do mundo pela TV, além dos 3 milhões de torcedores que vão aos estádios.

Aliás, independentemente de competições sazonais, o futebol, por exemplo, destaca-se como grande objeto de desejo da propaganda, constituindo-se em uma próspera indústria. Basta ver todo o movimento e verbas em torno de um jogo entre dois grandes times brasileiros e as cifras fantásticas dos campeonatos europeus.

Para a análise não ficar restrita ao futebol, tomemos o exemplo daquele país onde o soccer era quase ignorado pelos nativos até pouco tempo atrás e a principal modalidade não se joga com uma bola, mas com um ovo... O importante é saber que meros 30 segundos de publicidade na televisão durante o Superbowl - a finalíssima do USA Football Championship - custam a bagatela de US$ 2 milhões. Não é para menos. Estima-se que esse evento seja visto por 130 milhões de espectadores, hipnotizados entre pipocas, hambúrgueres, cervejas e alguns bullshits durante os lances mais polêmicos.

A paixão mundial pelo esporte, em especial o futebol, unanimidade planetária (considerando que os norte-americanos também aderiram amplamente à modalidade nesta Copa do Mundo de 2014), transcende todas as crenças, todos os mitos, todos os ritos! Sensibiliza pessoas de distintos perfis, raças, religiões, países, classes sociais, idades e posições ideológicas.

Sim, apesar da atitude discriminatória de alguns torcedores em estádios, o esporte não tem preconceitos, inclusive semânticos, léxicos e gramaticais. Querem uma prova disso? Pois bem: diante da derrota iminente, o velho mestre Oswaldo Brandão, um dos mais importantes técnicos do futebol brasileiro, não se constrangia ao afirmar, como estímulo aos seus atletas, que "o jogo só termina quando acaba".

Pois é, a bola é redonda, ou seja, como o universo, não tem começo, nem fim. Talvez por isso seja infinita em sua capacidade de estimular a criatividade da comunicação, despertar inexplicáveis paixões, acalentar em milhares de crianças o sonho de ser craque e forjar lágrimas no chute de três dedos do gol da virada, na enterrada do basquete ou no bloqueio decisivo de uma partida de vôlei.

Em todo o mundo, no qual as desigualdades, a violência e a impossibilidade da paz persistem tão desafiadoras quanto o mistério da origem e a eternidade do cosmo, que a Brazuca de 2014 e todas as bolas também sejam, em cada embaixada, mensageiras do entendimento, do civismo e da justiça social! Nesse sentido, é importante que a comunicação, em suas múltiplas vertentes, utilize bem o esporte para difundir conceitos politicamente corretos. Não podemos perder gols no exercício dessa responsabilidade!


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