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COLUNAS


Ricardo Bressan
bressan@poccomunicacao.com.br

Fundador da POC – Por Outra Comunicação –, consultoria com foco em Planejamento Estratégico de Comunicação (Prevenção e Gestão de Crises, Media training, Análise de exposição de mídia, Relacionamento com a Imprensa, Mídias Sociais, Comunicação Interna, Etiqueta Corportiva e Palestras).

Desenvolveu uma ferramenta de comunicação organizacional denominada "Sistema de Compensação e Recompensa", que se originou de uma visão macro por meio das observações das mutações culturais que se configuram dentro do organismo social nos últimos anos. Com base nelas, a POC desenvolveu um método de trabalho com foco na seguinte premissa: Reproduzir imagem, sem antes ter se utilizado da comunicação como meio para o fortalecimento institucional ou de sua identidade, é o principal motivo das crises organizacionais. É como querer colher antes de plantar. O nosso trabalho é executado por meio da seguinte fórmula: investigação + apuração = diagnóstico.

Com MBA em Gestão da Comunicação Empresarial pela Aberje, Ricardo é jornalista e especializado em Comunicação Interna, Auditoria de Imagem, Relacionamento com Imprensa, Comunicação e Responsabilidade Social pela "Comtexto Comunicação e Pesquisa"

Miopia organizacional: Zara, cometendo o mesmo erro

              Publicado em 18/06/2014

   

Caminho diariamente pela Rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, e por ali, vejo lojas que vendem iPhones pela metade do preço das autorizadas. Se uma das minhas filhas chegasse com um desses aparelhos em casa, o que faria? Diria a elas: não se preocupem com os fornecedores das lojas? A terceirização não importa?

O que vale é não comprar direto da mão de quem o roubou!

Em entrevista concedida à Folha de São Paulo, em 22 de maio de 2014, João Braga, presidente da Zara no Brasil, diz que o importante é não comprarem direto das mãos das 200 empresas contratadas por seus fornecedores:

“Atualmente são 32 fornecedores, com 200 empresas contratadas por eles. O mais importante para nós é garantirmos que todas elas estejam agindo dentro da mesma linha. Não cabe a nós entrarmos na questão de terceirização. Nós não terceirizamos. Quem terceiriza é o nosso fornecedor. Somos varejistas, compramos produto acabado dos fornecedores que nos apresentam ou dão um preço da peça ao valor de mercado.”

E justifica-se: “Houve uma violação clara ao nosso código de conduta, de maneira consciente por parte de um fornecedor que autuamos de imediato [a confecção AHA, fiscalizada em 2011]. Mas propusemos ações muito concretas e realistas para descartar situações como essas no futuro”. 

Como?

"Não só no nosso programa de reforço na forma que atua nossa cadeia, mas também na capacitação, com medidas de apoio social a imigrantes, foram R$ 14 milhões investidos desde 2011”.

É como se ele dissesse: “pagamos pelo nosso erro com 14 milhões de reais, "presenteamos" os imigrantes com projetos sociais”. Não seria o correto promover tal ação social, após a mudança na cadeia de processos e operações? Assim, realmente estaria sendo transparente e passaria credibilidade aos seus públicos de interesse, principalmente à sociedade de forma geral.

Como dizia Einstein: "insanidade é cometer os mesmos erros esperando resultados diferentes”.

Se o “líder” sabe que 200 empresas são terceirizadas pelos seus 32 fornecedores, seria mais coerente investir em uma estratégia que tivesse como objetivo investigar e apurar essas terceirizações, do que em medidas pontuais de filantropia. 

Ações como essas comprovam que muitos “líderes” não se atentam às mudanças, ao contrário, ficam presos às reminiscências do automatismo organizacional.

O verdadeiro líder preocupa-se com toda a cadeia de valores da organização, processos e operações, por meio de um PROCESSO COMPENSATÓRIO que venha a beneficiar, ou melhor, ser justo com todos os seus públicos de interesse, sejam eles diretos ou indiretos. A comunicação e, principalmente, as atitudes e comportamentos paradoxais aos valores, que deveriam servir de exemplo para todos aqueles inseridos no organismo social, são os grandes responsáveis pelas crises organizacionais.

Em seus discursos, as altas lideranças devem aprender a mostrar seus pontos de vista, sem desconsiderar os demais. Sendo menos ególatras, expandem suas visões e limitações, enxergam além. Com alteridade tornam-se menos míopes, vão aonde dificilmente iriam. 

A comunicação corporativa serve como meio e como fim. No primeiro caso, servindo como forma de interação que gera integração entre as interfaces (internas e externas), portanto como forma de diagnosticar através de diálogos, entrevistas e investigações que sirvam de material para estratégias, projetos e execuções as áreas de gestão organizacionais.

Como fim, a comunicação serve como meio de projetar, através dos mais diversos canais de comunicação, a imagem como reflexo da identidade organizacional.

Não é o caso da Zara.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 1824

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